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Tão tradicionalistas que são da "Santíssima Trindade" maçónica (Liberdade, Igualdade, e Fraternidade) talvez tenha mesmo sido por um triz que não acabaram todos num templo a adorar a banheira do Marat - mas da bandeira vermelha e verde já não nos escapamos -.
Há pois então que esclarecer-lhes esse enorme paradoxo no qual acreditam:
- Liberdade: A liberdade é a ausência de condições e de limites; a máxima "A minha liberdade acaba onde começa a dos outros" é sobejamente esclarecedora para quem pretende alargar este valor a um sistema, visto que o sistema pressupõe em si o valor de universalidade.
- Igualdade: Cada ente é indiviso e "clauso": carácter de que é um.
A igualdade pressupõe uma relação entre dois termos, em que um pode substituir o outro: somos únicos e insubstituíveis.
- Fraternidade: A fraternidade finalmente pressupõe os dois valores acima descritos, escusado será identificar o erro.
Toda a evolução tem como pressuposto a imperfeição, o erro.
Como pode alguém ser sempre igual e repetitivo no seu raciocínio e convicções?
A culpa é das nossas mães.
Desde pequenino, o português é vitima de um excesso de zelo:
"Não faz isso!";"Não mexe aí!";"Olha que te magoas!";"Ai se o teu pai sabe!"...
Às crianças portuguesas nunca é dada a alternativa; são permanentemente castradas a cada vez que se aventuram um pouco: o chamado um "NÃO!" redondo.
Esta brutal agressão dá lugar a que o oprimido de hoje, se torne o opressor de amanhã.. e cá temos o caldo entornado.
Somos grosseiros e bárbaros por mais literados até que possamos ser porque, quando estigmatizamos o erro, destruímos a criatividade.
A criatividade é precisamente a nossa capacidade de deitar fora, pressupõe o erro.
Este autoritarismo de que somos vitimas faz de nós autoritários, no entanto, a falta de confiança que temos em nós próprios coage-nos a pensar em grupo, sempre receosos do que "os outros" vão pensar de nós.
Para corresponder a isso caímos num novo erro: o excesso de disciplina; como aliás fomos ensinados desde pequenos: a acatar ordens.
Não há nada que o português não faça que não tenha imediatamente de se revestir de regras, regulamentos, alíneas e sub-alíneas (o papel? qual papel? o papel. Ah, o papel.. qual papel?), não esquecendo as pesadas penalizações ao possível infractor (não vá por aí vir um qualquer louco com aspirações de individualidade). Naturalmente, a culpa morre sempre solteira, como veremos mais adiante porquê.
Somos por natureza, verdadeiros tratadistas da disciplina.
Como é então da lei das compensações, a nossa disciplina substancial é mascarada por uma indisciplina superficial.
Cá estamos nós, na pontinha da Península, a agir como miúdos irresponsáveis, sob as inadequadas leis anglo-saxónicas que fomos a correr buscar para nos disciplinarmos ao modelo dos "de lá de fora".
O sistema democrático queima abundantemente desta lenha.
Regojiza-se da nossa falta de criatividade e de não sabermos ponderar alternativas. Planifica-nos, nega-nos a diferença pois, veiculado através da opinião pública, o que não sente como seu, sente contra si.
O voto tem por natureza não ter ideias; espero estar errado.
"A little girl who was in a drawing lesson, she was 6(...)
The teacher said: What are you drawing?
The girl said: I'm drawing a picture of God.
The teacher said: But nobody knows how God looks like.
The girl said: They will, in a minute."
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